22 de março de 2017

Francisco: Papa, há quatro anos

Escrevo no dia aniversário da eleição de Jorge Mário Bergoglio a Bispo de Roma e Papa da Igreja católica. Ontem à tarde [Domingo 12 de Março], em visita a uma Paróquia de
Roma, Papa Francisco, respondendo às perguntas das crianças, sentado no meio do campo de futebol, disse que se tivesse dado muito dinheiro aos cardeais para ser Papa não teria conseguido, porque quem o escolheu foi o Espírito Santo.
Já passaram quatro anos e, ainda hoje, não esquecemos aquele "Buonasera" (boa tarde), no findar do dia 13 de Março de 2013. E, depois da simples apresentação - «os meus irmãos cardeais foram buscar o Papa no fim do mundo» - o pedido de rezar por ele, o silêncio e o corpo curvado que se deixava abençoar pelos homens e mulheres de todo o mundo.
Papa Francisco é amado porque reveste de vida quotidiana o Evangelho; a sua fé enraíza-se na Palavra de Deus e na oração; o seu estilo de vida privilegia os pobres e os "afastados". A ele, muita gente olha com esperança, confiando-lhe aflições e sonhos. Francisco procura viver o que anuncia, sem a presunção de aparecer perfeito, aliás apresentando-se como um pecador e necessitado.
Como Papa, até agora, ofereceu-nos documentos valiosíssimos: as duas exortações apostólicas Evangelii Gaudium (24 Novembro de 2013) sobre a alegria de anunciar o Evangelho, convidando toda a Igreja a uma conversão missionária; e a Amoris Laetitia (19 de Março de 2016), sobre a alegria do Amor, falando sobretudo da vocação e missão da Família, hoje. E não podemos esquecer a carta encíclica Laudato si' (24 de maio de 2015), sobre a necessidade de conservar o planeta, a nossa "casa comum".
Mas são sobretudo as atitudes do Papa Francisco que penetram no coração dos nossos contemporâneos. Quando escuta e sussurra, quando sorri ou fica em silêncio e a pensar, quando abraça as pessoas ou quando levanta a voz para condenar os males do nosso tempo: a economia que mata, a corrupção, o comércio das armas, a guerra aos
pedaços, a cultura do descarte e da indiferença, os muros de separação, as violências contra as crianças e as mulheres.
No início da Quaresma, durante a oração mariana do Angelus dominical, convidou-nos a utilizar a Bíblia, assim como utilizamos o telemóvel: sempre connosco. Será que, depois de quatro anos, conseguimos passar da admiração pelo Papa Francisco à atuação de algumas das suas exortações? Aproxima-se a sua vinda a Fátima. Com que espírito nos preparamos a acolher a sua pessoa e a sua palavra?


frei Fabrizio

Sem comentários:

Enviar um comentário