A SEMANA SANTA É UM CAMINHO.
Um Caminho que fazemos acompanhando os últimos dias da vida de Jesus. Este acompanhar e seguir Jesus nestes dias não é só recordar o que então aconteceu. Nem é só unir-se cada um aos sentimentos de Jesus.
Nas celebrações litúrgicas destes dias - sobretudo nas celebrações da Missa - torna-se presente e actual o núcleo central e a força do que então sucedeu. Não só o recordamos. Nós o vivemos. Esta é a intenção e a oferta do Caminho da Semana Santa.
1 . DOMINGO DE RAMOS: ACLAMAMOS
Pode parecer estranho. Começarmos um caminho que sabemos que levará à paixão e morte, com cânticos de alegria e aclamações de vitória. Somos inconscientes? Não, não esquecemos hoje - lemos isso na Paixão, a grande leitura da Missa de hoje - os sofrimentos trágicos de Jesus. Mas, podemos cantar e aclamar porque temos uma Fé que vai mais para além da tragédia da Cruz. Hoje já sabemos que o nosso Irmão e Senhor Jesus, ressuscitará. Vencerá. Por isso cantamos e aclamamos Aquele que já é vencedor.
2. QUINTA-FEIRA SANTA: DOIS MANDATOS
Jesus, na véspera da Sua Morte, "tendo amado os seus, amou-os até ao fim" (explica o Evangelho de S. João). E este amor concretiza-se em dois "testamentos". Em dois mandatos. São os que comemoramos na Missa solene da tarde de hoje.
PRIMEIRO MANDATO: "que VOS ameis uns aos outros como eu vos amei". Com um amor que é feito de humildade e serviço (como mostrou aquela noite lavando os pés dos Apóstolos: inclusivé de Judas).
SEGUNDO MANDATO: Deu-lhes o pão como Seu corpo e o vinho como Seu sangue. E mandou: "Fazei isto em memória de Mim". Uma memória que é realidade, presença e alimento de união.
Dois Mandatos intimamente, indissoluvelmente unidos.
3. SEXTA-FEIRA SANTA: "SOU REI"
Hoje é um dia de contemplação. De contemplação admirada, comovida, orante, da última etapa d' Aquele Profeta dos pobres, dos simples - também dos pecadores - que diante daquele que autorizou a sua morte, o governador romano Pilatos, afirma: "Tu o dizes: sou rei".
É o nosso rei. Por isso contemplamos a Sua Paixão e Morte não como espectadores - ainda que sejam espectadores comovidos - mas como discípulos que O seguem.
4 . SÁBADO SANTO: SILÊNCIO
Sabemos - acreditamos - que a morte não é o fim. Estamos na expectativa - à espera - da outra face da moeda, a face que é a grande resposta do Pai.
Por isso, neste sábado de silêncio, esperamos esta resposta final de Deus Pai. Como a esperou, naquele sábado, em Jerusalém, Maria de Nazaré.
5. VIGÍLIA PASCAL: A NOITE LUMINOSA
Nos Evangelhos dos três últimos Domingos da Quaresma, vimos que Jesus se autoapresentava como:
1 - LUZ que ilumina o nosso caminho;
2- ÁGUA que fecunda o nosso coração, até se tomar fonte que jorra dele;
3 - VIDA, vida real, consistente. que vence a morte, que pode ser a nossa vida para sempre.
Na celebração desta noite - a celebração máxima do ano cristão porque é a Páscoa, quer dizer, a passagem da morte à vida - significamos o seguinte: a luz, o Círio Pascal, ilunína a nossa noite; a água do Baptismo é promessa de fecundidade (Deus não quer que sejamos
terra seca); a Grande Eucaristia pascal - anunciada com Aleluias de ressurreição - que renova e nos transmite aquilo que Jesus mais quis para nós: a Vida nova.
Quis isto naquele tempo e ·realiza-o agora e sempre, em toda a terra e para todos os homens, porque Ele é a vida.
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